CONTAS DE SUMIR



Todos temos de morrer, segundo a lei natural da vida
Estranho as nossas leis considerarem a tentativa de suicídio um crime
No entanto, como o caso que pretendo falar
Matarmo-nos aos poucos, é legal, social e até bom parece..

Porque fumas? Todos sabemos que é mau!
Dá-te prazer imediato e pede-te para repetires...
E tu, suposto ser inteligente, voltas...
Afinal, somos ou não seres livres?

Todo o dinheiro que já gastaste
Todo o tempo que já perdeste
Todo o frio que já apanhaste
Todo as discussões que já tiveste...

Nada te demove dessa vontade
Que me dizes estar controlada...
Se todo e qualquer motivo é válido para lá voltares,
Como podes dizer que está controlada?

Não, não te quero controlar.
Na realidade, é muito mais simples :
Quero só e apenas
Que TU, te controles.

Não te posso odiar e amar ao mesmo tempo
Mas parece tanto aquilo que tenho
Pois todas as vezes que dizes que já deixaste o vicio
Quando voltas, sinto-me traído

E agora foi por isto
E ontem por aquilo
E eu sou chantagista
E eu sou chato...



E por todos esses motivos e mais alguns
Já tens mais que razão para pores outro na boca...
A minha paciência é imensa
Mas tal como tudo o resto...também esgota...

Dizeres-me que fumas menos
É equivalente para mim a nada
Pelo motivo de que...
Só os que tu fumas é que me incomodam!


Dizeres-me que só fumaste dois ou três
Para mim não é nada.
É o mesmo que teres corrido a maratona
E teres parado a cem metros da meta!


Somas mais um à tua contagem
Menos um momento que poderias viver
Menos uns trocos à carteira
Mais uma razão para eu sofrer

Não sabes, não queres, não consegues
Queres enganar-me, como já fazes contigo
Pedes-me espaço, pedes-me tempo
Mas não sou eu o inimigo.


Acabas contigo, acabas comigo
Nada mais parece ter importância
Acabas connosco, pois ao aproximares-te dele
Entre nós apenas crias distância

Quantos mais somas à tua contagem
Mais dias à tua vida estás a subtrair
Aqueles que desejei um dia viver a teu lado
Estão aos poucos e poucos, a sumir.

Segue, perde
Fuma, soma...
Amas-me? Não.
Nem a ti...não importa.

Não me digas que não te respeito
Quando és tu que não o fazes
Desculpa-me se apesar do corpo ser teu
Eu não gostar que o estragues

Arde maldito cigarro
Apagando o fogo do meu amor por ela
Acaba e chama outro
Enquanto sais pela janela...

Fumas, sem saber porque
E vens dizer-me que não te entendo
Queres viver, matando-te...
Pois não, isso, não entendo.

Não cumpres o que te peço
Pudera...se não cumpres o que dizes...
No entanto eu serei sempre o mau
Mesmo tendo razão...só porque queres...

Não sei qual é o nosso caminho
Mas assim, sei que não vai ser em conjunto
Apenas poupa-me no futuro
A ver-te em sofrimento.


Não te quero acompanhar nessa jornada
Quando tantas e tantas vezes te avisei
Tu ouves-me, discutes e respondes
Sempre o mesmo: "eu sei..."


Posso ter azar,
E até ser eu a sofrer
Mas pelo menos tenho consciência
De que não provoquei para tal acontecer

BY:JCS
12/07/2012
17:41

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